Em algum momento
desci
por uma fresta
de uma porta
a uma outra região
contígua
ao meu espaço,
e nele
encontrei uma pequena estrada
pela qual
fui
caminhando
e lá pelas tantas
de uma caminhada
encontrei uma pequena cabana,
uma choupana com tetos de palha,
paredes amareladas
e
e nenhuma vegetação ao redor.
as janelas laterais
não permitiam
ver
o interior da choupana,
havia em seu interior escuridão,
apesar da luminosidade intensa do lado de fora.
Encaminhei-me até a porta
e entrei
e lá dentro
sentada
ao centro
ocupando uma mesa circular
iluminada
por uma luminária de azeite,
como um candeeiro,
estava uma mulher de cabelos longos e grisalhos,
ela me olhou com os seus olhos grandes
e desconfiados,
fez menção para que eu ocupasse uma cadeira
que estava do lado oposto da mesa,
e
e eu fui para além;
Ela me fitou demoradamente
e perguntou:
O que quer saber?
O que deseja?
Por que me olhas e não consigo cuidar de ti?
porque me procuras
e eu não consigo fugir de teus olhos?
onde está a minha ponta do fio de nossa história?
de que profundeza vem
o teu luzeiro?
Vejo-te sonhar,
sinto a alegria de teu corpo,
mas aqui estava imóvel a te esperar.
como uma muralha.